A grande questão a ser resolvida pelos jornalistas ao fotografar pessoas em situações vulneráveis
Autor: João de Jesus Oliveira
VITÓRIA DA CONQUISTA
MAIO DE 2023
Resumo:
O presente trabalho traz diversos exemplos
que evidenciam a dificuldade em que muitos jornalistas tem ao confrontar o
Direito à Informação com o Direito à Imagem. No decorrer do texto é tratado
esse tema com bastante exemplos, nos quais mostram o quanto o papel do
jornalista em situações do seu dia-a-dia podem lhe render prêmios e críticas,
ao mesmo tempo. Noticiar um fato que necessita de uma intervenção, através de
políticas públicas, é algo inerente ao Jornalismo. Mas fotografar pessoas em
situações complicadas e fazer essa foto repercutir tanto pode ferir a dignidade
do fotografado, como também trazer diversas consequências negativas para
muitos. Mesmo assim, é discutido neste trabalho o quanto a comoção sobre
determinada situação só acontece quando o rosto de quem sofre é escancarado
para todos verem e sentirem pena.
Abstract:
The present work brings several examples that
show the difficulty that many journalists have when confronting the Right to
Information with the Right to Image. Throughout the text, this theme is treated
with many examples, in which they show how much the journalist's role in
day-to-day situations can earn him awards and criticism at the same time.
Reporting a fact that needs an intervention, through public policies, is
something inherent to Journalism. But photographing people in complicated
situations and making this photo reverberate can hurt the dignity of the
photographed person, as well as bring several negative consequences for many.
Even so, this work discusses how much emotion about a given situation only
happens when the face of the sufferer is wide open for everyone to see and feel
sorry for.
Palavras-chave:
Foto; Jornalismo; Sofrimento; Informação;
Direito; Imagem;
1.
INTRODUÇÃO
O trabalho jornalístico é pautado em
informar. Sendo assim, o jornalista usa de seus sentidos para expressar um
contexto para prestar algum serviço à sociedade. A importância desse processo é
tão grande que noticiar é algo que faz parte do cotidiano de todas as pessoas.
Querendo ou não, os seres humanos recorrem ao Jornalismo para saber do que
estar acontecendo em seu redor.
Por essa razão, o jornalista precisa ser
responsável e saber zelar pelo direito a informação que cada pessoa tem.
Conseguir também expressar uma linguagem acessível ao público, na qual facilite
e faça com que o receptor entenda e tome alguma decisão a partir da informação
recebida. Além disso, compreender a consequência que sua ação irá trazer para
quem for atingido.
Levando em conta esses aspectos, uma forma de
Jornalismo muito conhecida é através de conteúdos fotográficos. O
Fotojornalismo se baseia em mostrar, com o famoso clique, uma realidade que
está presente no mundo.
A fotografia, em outras palavras, é
considerada por Walter Benjamim como o primeiro meio de reprodução
verdadeiramente revolucionário. Foi com ela que o mundo se transformou e a
humanidade teve uma maneira diferente de vê o mundo.
A imagem divulgada através do Fotojornalismo
ajuda os seres a construir uma realidade interferindo na visão que as pessoas
tem de mundo. Isso acontece, pois, a fotografia nos permite parar, olhar e
refletir.
Uma grande discussão sobre esse tipo de
serviço é quando um direito entra de encontro ao outro. Ser informado é um
direito fundamental de todos os cidadãos, mas os mesmos também têm direito a
imagem. Isso não só gera discussão como um problema a ser resolvido pelo
jornalista, no momento em que quer noticiar através de uma foto.
De acordo diz a Constituição Federal, em seu
artigo 5°, inciso X, o cidadão tem direito tanto a intimidade, como também a
vida privada, a honra e claro a imagem. Quem violar esse preceito, corre o
risco de indenizar a pessoa na qual foi vítima da violação, pelo dano material
ou moral causado.
No que se refere ao Código Civil, também há
regras sobre o direito de imagem, conhecido como direito da personalidade. No
artigo 20 diz que não se pode ter exposição ou utilização de imagens de um ser
humano sem permissão. Isso se o uso indevido ferir a honra, além da boa-fama ou
o respeito. Também não se pode usar a foto para fins comerciais.
A exceção é se a foto for usada como forma
necessária à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública.
Dentro desse leque de situações, a imagem
pode gerar enquadramento até como crime. Isso está previsto no artigo 218-C do
Código Penal. O ilícito nesse caso é se a imagem for disponibilizada ou
divulgada contendo cenas de sexo, nudez ou pornografia, sem consentimento da
vítima.
Do outro lado da moeda, tem-se o direito
fundamental a informação. Segundo a Constituição Federal, essa que é uma forma
democrática de se viver na sociedade, pois há uma relação direta entre se
informar e a cidadania. Por essa razão, tudo deve ser público e publicizado,
até que se diga o contrário.
Esse é um contraponto ao que acontecia em
regimes antidemocráticos, que já governaram o Brasil. O Estado utilizava do
argumento de segurança nacional e mantinha em sigilo muitas questões sobre à
segurança, suas ações e as instituições que lhes cercavam.
Tudo isso já dito leva a crê que o cidadão
precisa ser informado, mas nem sempre pode ser fotografado para que sua imagem
vire uma informação. Assim, quando se leva ao campo das situações vulneráveis,
a discussão é ampliada ainda mais.
Se o jornalista precisa informar seu público
e provocar um debate na sociedade sobre aquele ponto noticiado, quando ele
estar diante de seres em situações humilhantes, na qual falta uma ação efetiva
de órgãos de defesa dos Direitos Humanos, o profissional pode tirar uma foto?
É com esse questionamento que se pode partir
diversas discussões sobre o papel jornalístico em casos assim. Para levar ao
conhecimento das pessoas que podem protestar e ajudar na luta diária contra a
desigualdade social, a notícia precisa atingir a um público muito grande. Mas,
a quantidade de pessoas atingidas por isso vai variar a depender do modo como é
tirada uma foto que represente situações vulneráveis.
2.
DESENVOLVIMENTO
Partindo do exemplo da Guerra do Vietnã,
quando se fala nisso, logo vem na mente de diversas pessoas a imagem de vários
meninos chorando, inclusive uma menina nua, vítimas de um ataque. Essa foto
rodou o mundo inteiro, através de jornais e até hoje é muito conhecida. Neste
caso, se o jornalista tivesse explorado de outra forma a situação vulnerável em
que aquelas crianças estavam passando, dificilmente o mundo inteiro estava
sabendo desse episódio.
De acordo com uma publicação do site
"Aventuras na História", apenas após publicação da foto de Nick Ut,
da Agência Associated Press, que o mundo inteiro percebeu o quanto era grave a
situação da Guerra do Vietnã. A fotografia foi premiada com o World Press Photo
em 1972 e o Pulitzer em 1973, mas gerou enorme debate dentro das redações
jornalísticas e agora na internet.
A principal personagem nesta foto é Kim Phuc
Phan Thi, a menina que estava sem roupas na ocasião. Hoje, ela vive no Canadá
ao lado de seus filhos, marido e seus pais. Já até lançou um livro, “A menina
da foto – Minhas memórias: Do horror da guerra ao caminho da paz”, e afirmou,
em entrevista para a VEJA, que sofreu durante anos e chegou a sentir muito ódio
do que aconteceu naquele dia.
Ela ainda diz que encontrou finalmente a paz
e percebeu que poderia usar sua foto para impulsionar uma campanha contra a
violência. A mulher hoje comanda uma organização de auxílio a crianças em áreas
de conflito.
Um fato parecido foi retratado em uma
publicação do NEXO, na qual há uma crítica a forma como imagens de sofrimento
podem ao mesmo tempo trazer mudanças sociais e ferir a ética. Um exemplo citado
pelo portal foram as fotos de crianças indianas pobres colocadas próximas a
mesas elegantes, que tinham comida, mas de mentirinha.
O fotógrafo italiano Alessio Mamo foi
premiado por esse conteúdo, que fez parte de um projeto conhecido como
"sonhando com comida", em tradução livre. As publicações depois
levaram muitos questionamentos, pois diversas pessoas na internet consideraram
antiéticos e ofensivas.
O Mano chegou a pedir desculpas e disse que
queria expressar apenas o desperdício de comida.
Outro fato narrado pelo Portal NEXO foi sobre
Thompson. Ela que era a garota propaganda da Depressão e sua foto beneficiou
milhares de pessoas. Mas, apesar de ela ter se orgulhando disso, chegou a
questionar um repórter, "que bem que isso me fez?"
Com essa questão, deve-se atentar ao fato de
que o fotografado, além de poder já sofrer dano moral por ter sua imagem
exposta, muitas vezes nem tem um retorno direto.
As imagens de pessoas em situações
vulneráveis podem ajudar a sociedade refletir e tomar alguma decisão, afim de
melhorar aquela situação. Mas, a pessoa que saiu na foto e serviu de objeto
para a reflexão, muitas vezes, nem recebe algo de imediato em troca.
Seguindo com exemplos, o mesmo portal
anterior citou o caso da foto clicada em 1993, pelo fotógrafo sul-africano
Kevin Carter. Ele fotografou uma menina sudanesa próximo de um abutre. Isso
chamou a atenção de diversas pessoas por focar no sofrimento infantil por conta
da fome.
Essa fotografia foi na contramão de outras
sobre crianças africanas, pois ao invés de mostrar "moscas ao redor dos
olhos", como é de costume para fotos em situações parecidas. Carter quis
evidenciar a forma como a vítima da fome sofre para rastejar em busca de
comida.
Com tudo isso, o autor da foto conseguiu o
prêmio Pulitzer no ano seguinte, mas recebeu muitas críticas. Até hoje não se
sabe o destino da menina após ser fotografada. Com essa incerteza, diversas
pessoas questionaram que a conquista dele foi a partir de uma provável morte da
menina, por estar tão próxima de uma ave predatória.
O fim dessa história foi o suicídio de
Carter, dois meses depois do prêmio recebido, e uma das causas para esse
episódio pode ter sido a situação vivida por ele.
Casos assim revelam como a intenção de um
fotojornalista pode desencadear diversas coisas. Primeiro a questão
humanitária, depois a ampla repercussão que faz toda sociedade refletir sobre
um fato e também a crítica que o autor pode receber devido ganhar fama com algo
triste na vida de alguém.
Com isso, a cobertura dos meios de
comunicação pode também ocasionar outro problema, que é o aumento de
estereótipos negativos sobre aquela população representada na situação
vulnerável.
Quando se leva essa questão para dentro do
Brasil, um exemplo bem conhecido por todo o país, mas pouco debatido que é
sobre a inserção das fotos de beneficiárias do Bolsa Família nos meios de
comunicação.
Quem se atentou a falar desse tema foi a
pesquisadora Ângela Cristina Salgueiro Marques, em 2018 na Revista de Estudios
Brasileños. Segundo ela, não há uma linha clara entre o que é direito e a
caridade. A crítica da autora se baseia no potencial que o Programa tem em
atender a uma enorme população necessitada, mas não se leva muito em
consideração a inserção na sociedade.
No trabalho, Ângela observa imagens
fotojornalísticas que são produzidas entre 2003 e 2015, em jornais de grande
circulação no país. A partir disso, a autora teve uma percepção que os
registros evidenciam e dão visibilidade a mulheres empobrecidas. Na imagem do
rosto dessas cidadãs, se cria um certo padrão dos aspectos e da estética que
ajudam a constituir a pessoa em si.
Na fotografia tirada para representar o Bolsa
Família, de acordo com a pesquisadora, é perceptível o clamor de um povo que
necessita daquele benefício para seguir a sua vida.
Com essa pesquisa, ela deduziu que imagens e
os seus respectivos enquadramentos que representam pobreza, produzem uma
conduta de governo neoliberal. A forma como são expostos na mídia os sujeitos
marginalizados geralmente podem aumentar a precariedade, pois leva ao público
um conceito de assistencialismo, dependência, estigma de gênero e
vulnerabilidade.
A sua interpretação acontece por que muitos
veículos de comunicação começam a divulgar fotos de mulheres do Nordeste,
mostrando a paisagem árida e o clima seco.
Em uma foto citada por Ângela, destaca-se
como o jornal quis chamar a atenção para o contexto da imagem.
A foto da mulher que carrega água na cabeça e
tendo o auxílio de um jumento e no pano de fundo elementos que evidenciam a
miséria no Brasil foi a primeira a ser analisada pela pesquisadora. O
fotojornalista foi até Guaribas, apontada como “marco zero” do Programa para
fotografar alguém em uma situação de grande sofrimento e mostrar a todo o
Brasil o porque o Bolsa Família precisava mesmo ser implementado. Além disso,
com a imagem, pode-se ter uma crítica que apenas um pequeno recurso Federal
ainda não seria suficiente para amenizar toda a problemática presente em vários
locais do país.
Se já não bastasse tudo isso, deve também
perceber que o Programa Bolsa Família foi, de certo ponto, uma forma de ajudar
no empoderamento feminino. Mas as principais beneficiárias ainda viviam em um
contexto diferente de ser mudado. Quando um jornalista fotografa um animal
ajudando a mulher nos seus afazeres, é evidenciado uma falta de autonomia na
residência. Além disso, a vida humana em contato constante com animais aumenta
ainda mais a disparidade entre as regiões brasileiras.
Para completar, a autora chama a atenção para
a estética da foto. O preto e branco consegue entrar no mesmo problema já
citado anteriormente, que aconteceu fora do Brasil, transformar miséria em
arte.
Em outras palavras, ainda referenciando
Ângela, as imagens podem revelar como que nos primeiros anos do Bolsa Família,
as mulheres eram forçadas a provar a sua condição de precariedade para se
enquadrar no Programa. Esse compilamento é tão forte que as beneficiárias
afirmam perderem oportunidades de se promoverem no mercado de trabalho, por
medo de perder o benefício. Isso é evidenciado pela autora em outra foto.
Segundo ela, a maioria das publicações que
denunciam irregularidades nesse programa, mostram fotos de mulheres com os
olhares desviando da câmera. Para a autora isso deixa passar uma postura de
desconforto e constrangimento. A própria fotografada reconhece que não pode
agir de maneira inadequada, pois socialmente é dito que ético é apenas se
contentar com o auxílio do governo.
A conclusão que Ângela tira disso tudo é que
o fotojornalismo ajudou a sociedade aumentar um estereótipo de quem necessita e
era atendido pelo Programa Bolsa Família.
Quando o assunto já vai mais a fundo e mostra
a retratação da mídia sobre as pessoas em situação de rua, a problemática piora
ainda mais. Através de uma matéria do Jornal da USP, a repórter Larissa
Fernandes coloca em xeque como os meios de comunicação podem ajudar a criar um
conceito de inferioridade e violento por parte de pessoas que moram nas ruas.
Ela foi atrás de fontes e trouxe uma tese de
doutorado, defendida lá mesmo na USP, pela pesquisadora Suzana Rozendo Bortoli.
O texto quer chamar a atenção de como as mulheres que são “invisíveis” para a
sociedade podem ser retratadas de uma forma diferente na mídia.
A análise foi nos jornais Extra e O Globo e
alguns casos não há pluralidade de fontes e tão somente uma versão é apresentada.
Com esse trabalho, a autora percebeu que a preocupação dos veículos de
comunicação era mais de mostrar a queixa dos comerciantes e donos de casas sob
os efeitos negativos que os moradores de rua poderiam cometer, do que
propriamente uma solução para isso.
Se não bastasse, ainda há associações ao
contexto de rua para causas que alimentam ainda mais a degradação moral dele,
como contextualizar à degradação urbana, à violência e ao uso de drogas.
Como a pesquisa foi quantitativa, a Suzana
foi até onde estavam algumas mulheres para saber a posição delas sobre matérias
desses periódicos. Apenas duas chegaram a criticar e entender que as notícias
trazem uma certa criminalização a elas. Além disso, que o teor dos conteúdos é
retratado de forma sensacionalista e desrespeitosa. Outras mulheres
entrevistadas não deram opinião, mas, na visão da pesquisadora, não tinham
acesso a tantas notícias sobre o assunto.
Ao final, a universitária comenta como o
Jornalismo precisa se colocar num ambiente capaz de desmistificar estereótipos
atrelados a pessoas de rua, com o simples método de trabalho: entrevistar e
divulgar serviços que atendem a esse público.
Para fortalecer ainda mais o debate, pode-se
analisar o trabalho de Evandro Teixeira como fotojornalista. Quando se completou
quase 50 anos de suas obras, Luiza Campos Antunes, da Universidade Federal de
Viçosa/MG trouxe, em um trabalho acadêmico, um pequeno questionamento.
As fotos de Evandro são mundialmente
conhecidas e a análise de parte de seu trabalho percebe-se que a partir das
fotos há elementos que reforçam um discurso no campo da arte e da estética. Foi
com essa análise, que a autora percebeu o quanto a composição das imagens pode
demonstrar a importância da construção de um discurso e como este é inserido de
forma tão natural na sociedade.
Diante do que já foi apresentado, percebe-se
o quanto a pessoa em situação vulnerável ou condição inferior pode ser usada
numa foto para representar algo. Além disso, é destacado também o que isso pode
provocar aos olhos de uma sociedade adaptada a olhar para determinada situação
sob uma perspectiva de controle.
Então, para enriquecer o debate e trazer
outro ponto pode-se discutir sobre a fotografia retratada dos negros, não
apenas no jornal, como também no geral, inclusive nas escolas. O conceito
desses povos é de pessoas escravizadas pelos europeus e que sofreram muito em
todas as formas de trabalho.
Mas, um trabalho feito pela The Conversation
e traduzido por Dandara Franco, mostra o outro lado das fotografias que
retratam a população afrodescendente. Alguns negros americanos encontraram na
fotografia uma maneira eficaz de resistir contra a opressão.
Para os autores desse texto, a evolução dos
meios de comunicação serviu, muitas vezes para mostrar imagens humilhantes da
população afro. Com isso, os americanos brancos, como diversos outros povos
opressores, tinham nas fotos provas para dizer que os negros eram inferiores e
assim não tinham direitos.
Na obra é destacado dois principais
responsáveis por essa contramão, Bullard e Du Bois. Enquanto Bullard tirava
fotos, o sociólogo e ativista dos direitos civis Du Bois fazia a curadoria de
uma exposição fotográfica para a Exposição de Paris de 1900.
Du buscou alencar as realizações dos negros
para que o resto do mundo conhecesse aquele povo de uma outra forma.
Mas não há nada de estranho nas fotos de
Bullard, por exemplo, pois apenas fotografava pessoas em seu dia-a-dia normal.
Porém, o que se torna extraordinário é que nunca se havia visto fotos daquela
maneira, na qual famílias de negros se apresentavam como americanos comuns e
que podiam compartilhar os mesmos direitos das pessoas brancas.
3.
CONCLUSÃO
A partir de tudo
exposto, nota-se que dois direitos são colocados em disputa, quando se fala em
fotos de pessoas em estado vulnerável como notícia no Jornalismo. Além da
Legislação, há outro ponto que tem dois lados da moeda que é a consequência que
um fato desse modelo pode ocasionar.
Então, deve-se analisar o que se passa na
mente do jornalista quando está de frente com um caso que merece repercussão
para que haja políticas públicas inseridas naquele contexto. A foto gera
cliques, é divulgada, reproduzida e acessada por muitas pessoas. A
responsabilidade do profissional da Comunicação é em saber até que ponto aquela
fotografia irá sim ajudar a pessoa que está sendo fotografada.
No contexto digital, na qual em questão de
segundos alguém pode se tornar herói ou vilão, é o Jornalismo que se encarrega
de levar as informações. Se não é divulgado, a maioria das pessoas não irão
saber. Caso seja noticiado, muitos vão querer ter acesso.
Portanto, é nessa linha que caminha o
jornalista, encima de uma “gangorra”, buscando mostrar às mazelas presentes na
sociedade e refém da interpretação do seu público.
Em se tratando de fotos no meio jornalístico
de pessoas em situação de vulnerabilidade social o correto é respeitar os dois
direitos, garantindo a informação as pessoas e não revelando as características
do ser vulnerável, principalmente o rosto. A forma de fazer aquela notícia repercutir
pode-se passar por uma legenda e um texto que complemente a foto evidenciando
toda a história por ele vista.
Apesar do leitor despertar a curiosidade em
ver aquela situação mais a fundo, o jornalista não deixa de cumprir o seu papel
social de informar e garantir a integridade física e moral do ser noticiado. É
um trabalho difícil, mas termina-se esse trabalho perguntando: o que seria
fácil no Jornalismo?
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file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/144457-Texto%20del%20art%C3%ADculo-287413-1-10-20180319.pdf
https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/13377/1/Tese_mestrado_Janaina%20Dias%20Barcelos.pdf
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