Possível foco localizado de Chikungunya no Distrito do Açude; Confira o que diz a equipe de saúde do município e como se prevenir contra o mosquito Aedes Aegypti

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O Blog recebeu uma informação, oriunda de alguns moradores do Distrito do Açude, sobre um possível foco localizado de Chikungunya naquele local. Após isso, a equipe de reportagem apurou mais informações, com outras pessoas da localidade e foi verificado que determinada área não estava sendo coberta por 'Agente Comunitário de Saúde' (ACS), há muitos anos.

Ainda segundo alguns leitores do portal, recentemente o carro fumacê (UBV) foi até a localidade, além de pessoas fazendo o serviço de desinfecção a mão (bomba costal).

Mas mesmo assim, houve muitos relatos de suspeitas da enfermidade. Algumas pessoas se encontram preocupadas, com medo de que isso se alastre e afete a saúde pública local, principalmente por ter diversas famílias tidas como de baixa renda e carentes do serviço público. 

Devido ser um Distrito, há poucos médicos para atendimento no ESF (Estratégia Saúde da Família), que é o modelo assistencial da Atenção Básica.

Atrelado a isso, alguns residentes do Açude informam que a função de ACS (Agente Comunitário de Saúde), para uma parte do Distrito, está sem atuação por um tempo. 

De acordo com informantes, é no Posto de Saúde que alguns serviços são feitos, devido a falta da ACS. 




Com essas informações, a equipe foi até a Coordenação de Vigilância Epidemiológica e conversou com a Coordenadora Joice Amorim. Segundo ela, o Açude recebeu a visita de duas equipes recentemente, para fazer o bloqueio indicado, para tentar acabar com os focos do mosquito transmissor da Chikungunya.

Ela informa que o setor está empenhado em tentar desfazer todos os indícios e que, nesta terça (25), outra empreitada foi montada, para atender ao Distrito do Açude, inclusive indo até o Povoado da Rua do Escritório.

A nível estadual, a função de Agente de Endemias não cobre todo o território de cada município. Porém, em Macaúbas, segundo a Coordenadora, há um empenho para suprir essa lacuna, mais precisamente nos últimos 15 dias de cada mês. A equipe dessa área se desloca até o meio rural e faz todo o processo de trabalho focal, como atividade educativa, visita técnica, vistoria e tratamento dos reservatórios de água, bem como a pulverização espacial. 

Seguindo as normas da Nota Técnica, número 8/2020, da Coordenação Geral de Vigilância de Arboviroses, os agentes precisam prestar o serviço com segurança, devido a Pandemia da Covid-19. As medidas empregadas são: o Agente de Combate a Endemias (ACE) não fazer a visita domiciliar, caso o único responsável pelo imóvel, no momento da atividade, esteja com idade superior a 60 anos ou faça parte de algum grupo de risco ou esteja com algum sintoma de Coronavírus; Não é recomendado entrar na residência, cabendo a cada município avaliar a situação epidemiologia da sua localidade; entre outras medidas.

Por essa razão, Macaúbas intensificou, de forma complementar, a aplicação de inseticidas, por meio de UBVs. A bomba Costal é uma estratégia também usada pelo município.

O carro fumacê não fica no município, porém atua numa parceria com a DIVEP, que atende a todo território baiano.

Joice destaca a importância de quem sentir qualquer sinal que pense ser Chikungunya, que procure uma unidade de saúde, notifique e faça o teste. 

Neste caso, é importante a atuação do ACS, que tem mais contato com as pessoas, por residir na própria comunidade, e assim consegue levar o caso mais rapidamente ao setor responsável.

Para ela, é de suma importância também a colaboração de toda população, pois todos precisam se cuidar. Até por que o mosquito Aedes Aegypti pode frequentar diversos locais e se uma pessoa combater ele e o vizinho não fizer o mesmo, o risco continua.

A equipe também foi até a Coordenação da Atenção Básica e conversou com Tatiane Palácio Bonfim, Coordenadora deste setor.

Segundo ela, sobre a questão da função de agente de saúde para determinada área do Açude, já foi feita uma medida. A servidora em questão teve seu nome suspenso da folha de pagamento, desde o mês de abril, por passar um tempo sem atuar na área. Mas não conseguiram contato com ela, até o momento.

Tatiane informa que dos demais agentes de saúde, de todo o Distrito do Açude, mais três estão sem poder atuar no momento. Dois devido a licença médica e uma com licença maternidade, de acordo com a lista de frequência, que está sob controle da Coordenadora.

Além disso, neste momento ocorre uma atualização nos cadastros do SUS, para todo o município de Macaúbas, com previsão para finalização do processo em agosto. Durante todo esse período, não poderá contratar novos agentes.

O trabalho de atualização está sendo feito pelos agentes de saúde em atuação, ao visitarem as residências dos macaubenses.

Após a finalização, os dados irão ao sistema, assim a Secretaria Municipal de Saúde e a Coordenação de Atenção Básica vão analisar sobre a necessidade de promover novos processos seletivos ou a contratação de outros agentes de saúde.

O Blog tentou contato com a agente de saúde em questão e recebeu um retorno. Segundo ela, não há nada a acrescentar, uma vez que não está mais efetiva na função.

A equipe de reportagem agradece a confiança, mais uma vez, dos moradores do Distrito do Açude, que procuram o portal para expressar a situação e deixa aberto o site para publicar mais informações ou esclarecimentos sobre o fato. 

Além disso, agradece ao posicionamento de todos os envolvidos, que gentilmente responderam aos chamados. Vale ressaltar que o único intuito da reportagem é passar uma informação, que foi oriunda da população que acompanha e acredita no trabalho, bem como tentar buscar uma solução para o caso.

Confira algumas informações sobre o mosquito transmissor, bem como as doenças causadas por ele:

Para acabar com os mosquitos Aedes Aegypti, responsáveis pela transmissão da dengue, Chikungunya, Zika e febre amarela, é preciso ficar de olho em áreas que podem ter acumulo de água. São nestes locais que o inseto costuma procriar. Só para se ter ideia, uma fêmea desta espécie põe até 3 mil ovos durante seu ciclo reprodutivo.

CARACTERÍSTICAS

O Aedes é muito parecido com o pernilongo, porém tem listras brancas e pretas e alguns hábitos específicos. Esse ser vivo não gosta de calor e, por isso, durante o dia costuma ficar em sombras ou dentro de casa, momento em que ele pode picar as pessoas, principalmente nas primeiras horas da manhã ou no fim da tarde.

Os locais do corpo mais afetados pelo mosquito são as pernas, tornozelos ou pés, e a sua picada não costuma doer nem coçar. Por isso, há pessoas que demoram para sentir algum indício de que foi picado pelo Aedes.

Outra característica é que ele voa baixo, no máximo, até 1 metro de altura.

RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se o uso de repelentes no corpo, inseticidas na casa ou redes nas portas e janelas. Além disso, a pessoa pode acender velas de citronela dentro da residência.

Outra alternativa é misturar duas colheres de borra de café, em 250 ml de água e colocar nos pratinhos das plantas. O procedimento deve ser repetido a cada semana.

Apesar disso, o mais importante é a prevenção. Para combater o mosquito é preciso acabar com objetos que possam acumular água parada, como tampas, pneus, vasos ou garrafas. Onde for visto materiais nesta situação, vire-os para baixo.

Mantenha a caixa de água fechada e com a tampa; Limpe as calhas, removendo as folhas, galhos e outros objetos que possam impedir a passagem da água; Não deixar acumular água da chuva sobre a laje; Lavar semanalmente tanques utilizados para armazenar água; Encher os pratinhos dos vasos com areia; Guardar as garrafas vazias de cabeça para baixo; Entregar os pneus velhos no serviço de limpeza urbana ou guardá-los sem água; Colocar o lixo em sacos fechados e tampar bem a lixeira.

SINTOMAS

Os principais sintomas iniciam entre dois a doze dias após a ação do mosquito. Febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos, são alguns dos sinais. Pode ocorrer também a dor de cabeça ou dores nos músculos e manchas vermelhas na pele.

Depois de infectada pela chikungunya, a pessoa fica imune pelo resto da vida, então não terá outra vez essa doença.

por João de Jesus / Foto 1: Portal de Macaúbas; Foto 2: Itamar Alves

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